O conceitual Red Queen to Gryphon Three é o melhor álbum do Gryphon. Tem 4 longas faixas instrumentais, que reproduzem momentos num jogo de xadrez. Musicalmente muito complexo, com temas que se repetem e/ou se transformam, o álbum traz guitarras, baixo, percussão, teclados e instrumentos medievais. Rock Renascentista? Claro que as influências são múltiplas, típico das boas bandas prog.
O disco abre com Opening Move em tons de marcha principesca e em geral tem tons plácidos; é o início da partida. A melodia torna-se tensa e intrincada na reta final; o jogo complica-se e o jogador começa a se preocupar, a parte final sendo introspectiva e lenta.
Second Spasm abre nervosa e complexa; o jogador está numa enrascada. Adrenalina rococó. Momentos contemplativos se sucedem; o enxadrista pensa no próximo movimento.
Lament é melancolia de fagote em sua grande parte. O jogador julga estar num beco sem saída, mas o final pontuado por mais instrumentos e energia indica que há esperança de reviravolta.
Checkmate entrega o ouro no nome. Lindos trechos de percussão militar e algum tipo de flauta medieval. Não esqueçamos o caráter de estratégia bélica do xadrez europeu. Essa seção traz momentos quietos, algo lúgubres; muita atenção é requerida. O final é jubiloso e rápido, ainda que tenso. A apoteose militar e clima de triunfo marcam a derrubada do rei oponente.
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